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Os Evangelhos Gnósticos.



Foi na aldeia de Nag Hammadi, no Egito, em 1945, que um camponês encontrou, dentro de um pote de cerâmica, 13 livros de papiro encadernado em couro que dariam o que falar. Os documentos datavam, aproximadamente do segundo ou terceiro século da Era Cristã e continham "evangelhos" escritos por supostos discípulos de Jesus, como Felipe e Tomé, além de reflexões místicas sobre o mundo e a criação.


O conjuto de documentos ficou conhecido como a Biblioteca de Nag Hammadi e Os evangelhos gnósticos, por conterem ideias do gnosticismo, movimento filosófico-religioso, cujo nome vem de um termo grego derivado da palavra gnose, que significa conhecimento. Com raízes no primeiro século depois de Cristo, as seitas gnósticas, basicamente, a creditavam na existência de dois mundos distintos. De um lado, havia o mundo material de trevas e ignorância, onde vivem os seres humanos. Do outro, o mundo de luz espiritual, governado por um ser transcedente. Segundo essas seitas, ao homem era preciso trilhar o caminho do conhecimento para alcançar o plano espiritual. Nesse contexto, Jesus não seria o Filho de Deus em forma humana, que morreu e ressuscitou para resgatar a humanidade do pecado, mas sim um arauto da gnose.


Os grupos gnósticos produziram farto material literário, muitos evangelhos, literatura apocalíptica e cartas que levavam, astutamente, a assinatura de alguns dos apóstolos para ter credibilidade, embora tenham sido escritos muito depois da morte deles. Foi apenas em 325, no Concílio de Niceia, que tais textos foram conciderados não-inpirados; no entanto, até então, conseguiram influenciar muitas igrejas.




Conceito/Introdução á Gnose.




Gnose é o substantivo do verbo gignósko, que significa conhecer.
Gnose é conhecimento superior, interno, espiritual, iniciático.


No grego clássico e no grego popular, koiné, seu significado é semelhante ao da palavra epistéme.
Em filosofia, epistéme significa "conhecimento científico" em oposição a "opinião", enquanto gnôsis significa conhecimento em oposição a "ignorância", chamada de ágnoia.


A gnose é um conhecimento que brota do coração de forma misteriosa e intuitiva. É a busca do conhecimento, não o conhecimento intelectual, mas aquele conhecimento que dá sentido à vida humana, que a torna plena de significado porque permite o encontro do homem com sua Essência Eterna e maravilhosa.


O objeto do conhecimento da Gnose é Deus, ou tudo o que deriva dEle. Toda gnose parte da aceitação firme na existência de um Deus absolutamente transcendente, existência que não necessita ser demonstrada. "Conhecer" significa ser e atuar, na medida do possível ao ser humano, no âmbito do divino. Por isso, "conhecer" implica a salvação de todo o mal (Ego) em que possa estar imerso o homem que venha a possuir esse "conhecimento".

Gnose é ao mesmo um conceito religioso e psicológico, além de científico, filosófico e artístico. A partir desta visão, o significado da vida aparece como uma transformação e uma visão interior, um processo ligado ao que hoje se conhece como psicologia profunda.

O desejo e as tentativas de conseguir amor e felicidade são a saudade inesgotável do Pleroma, ou seja, da Plenitude do Ser, que é o verdadeiro lar da alma. O desejo desse "conhecimento" é uma nostalgia das origens e procede de um original anelo humano de alcançar a Unidade, do desejo natural, perrene e universal, de fusão do homem com o Ser, do qual acredita ter sido originado.


A Gnose é o comportamento religioso que traduz esta profunda e dolorosa sensação que sentem os homens e mulheres pela separação dos pólos humano e divino. É, no fundo, uma tentativa de compreensão das relações entre o homem e a divindade.

Fonte: Gnosisonline.org.