Mística Espaço Livre

Feche os olhos, olhe para dentro de sí mesmo(a), enxergue o teu verdadeiro ser e eleve-se!

A importância da Oração em nossas vidas.


Depois de um grande acontecimento e antes de novos desafios. Jesus sempre encontrava com Deus por meio da oração. Ela ocupava o lugar central na vida do Mestre, como observaremos nesta lição.
A Oração Após Acontecimentos Importantes da Vida.

A Bíblia relata o êxito conquistado por Jesus ao pregar o Evangelho na cidade onde se encontrava, havendo expulsado dela muitos demônios e curado vários enfermos. Era aquele, certamente, um dia de grande regozijo e de plena satisfação em Seu espírito.
Cremos que em seu momento de oração pela manhã, todos os acontecimentos do dia anterior vieram à sua lembrança, suscitando n´Ele uma atitude de louvor e gratidão por tudo o que o Pai havia feito por Seu intermédio.
Aquele tempo de oração, portanto, foi uma oportunidade maravilhosa para render a Deus toda a gratidão, e todo o louvor pelos grandes feitos operados em favor da multidão (Fl 4.6 “... Com ações de graças”).
O nosso tempo devocional também pode ser um recurso divino para nos livrar de qualquer possibilidade de glória pessoal. Após um grande acontecimento, corremos o risco de achar que a vitória tenha se dado pela nossa própria capacidade (2 Co 3.4-5). Quando não reconhecemos o verdadeiro Autor da obra, deixamo-nos seduzir pela soberba, prepotência e orgulho.
Não há melhor lugar para crucificar o ego do que no ambiente secreto da oração e da intimidade com Deus. Ali Ele se nos revela como a fonte de toda a bênção e virtude.
Em outras ocasiões Jesus enfrentou situações não tão agradáveis como as relatadas nesta lição. Perseguição, injúria, ódio, por parte de Seus oponentes, fizeram do lugar de oração uma oportunidade para cura e restauração de Sua alma. Dali, certamente, muitas vidas foram liberadas por meio do perdão divino que fluía de Seu coração.
A Oração Antes dos Novos Desafios da Vida.

Jesus não se sentiu no direito de “deitar-se em berço esplêndido”, só pelo fato de haver conseguido uma grande vitória no dia anterior. O tempo de oração passado a sós com Deus, não apenas O ajudou olhar para trás e ver o que de bom havia acontecido, como também a olhar para frente, a fim de ver os novos desafios que O aguardavam adiante.
Aquele tempo de intimidade com o Pai foi suficiente para aguçar em seu coração o forte desejo de buscar outras pessoas, em outros lugares ainda não evangelizados. “Vamos aos povoados que ficam perto daqui...” essa foi a palavra do Senhor quando os seus discípulos O procuraram, querendo que Ele pregasse para as mesmas pessoas, já posicionadas à porta da cidade.
Se Jesus não tivesse o hábito de recorrer a Deus pela oração, não teria como saber se ficava ali mais um pouco, ou se partia para outros lugares. A necessidade do momento, o pedido dos discípulos e o clamor da multidão podiam ofuscar-lhe a visão do que Deus realmente queria para àquela hora.
No tempo passado a sós com Deus, Ele sempre nos aponta a direção segura a tomar. Por meio dessa vida de intimidade com o Pai, adquirimos a sensibilidade espiritual necessária para percebermos onde se manifestam as reais necessidades, de acordo com a ótica divina, e não a nossa. Assim nos livramos dos espíritos de comodismo e ativismos, tão prejudiciais para o avanço do Evangelho (At 16.9-10).
O mesmo se aplica às questões pessoais, que terão um encaminhamento todo especial quando colocarmos a oração em primeiro lugar (Pv 3.5-6).
A Oração e a Confirmação de um Propósito de Vida.

Quando Jesus respondeu aos Seus discípulos que devia ir às outras partes para pregar o Evangelho também ali, acrescentou: “...porque foi para isso que eu vim”. Durante aquele glorioso período de oração, Deus pôde renovar-Lhe o chamado e o propósito de Sua vida.
Jesus sempre esteve consciente da Sua missão na terra. Mas foi a Sua intensa e perseverante busca pela presença do Pai, que o manteve sóbrio, dentro do propósito original sem se desviar para a direita ou para a esquerda.
Vivemos num mundo em que constantemente está nos oferecendo opções de vários caminhos a seguir. Nossa atenção é traída por palavras, visões, acontecimentos diversos. Se não tivermos o devido cuidado, pouco a pouco, nos distanciaremos do propósito original, enveredando-nos por outros caminhos, aparentemente bons.
A oração, contudo, tem o poder de liberar a ação do Espírito Santo em nosso interior, para fazer a sondagem necessária dos caminhos que existem dentro do coração (Salmo 139:23,24). É o Espírito quem identifica as motivações indevidas, o engano, a visão paralela e o pecado. Ao revelar essas coisas no nosso íntimo, graciosamente Ele nos conduz ao arrependimento e à Verdade, para que não mais andemos enganados à respeito dos nossos caminhos (João 16:8 e 13). Na oração, ajustamos o foco da nossa visão e temos condições de dizer com firmeza a que viemos.
Depois de um grande dia de milagres, e antes de novas e grandes realizações, Jesus deu uma pausa para buscar ao Pai em oração. Ele aprendeu que a Sua vida devocional tinha de fazer parte de todos os momentos da Sua vida. Por meio dessas ricas experiências, pensamentos, sentimentos intenções e propósitos, podiam ser ajustados ao plano original que o Pai tinha para Sua vida.
Fica o recado; Não podemos apenas aprender sobre oração; precisamos vivê-la. Separe agora um tempo de qualidade para estar a sós com Deus, e perceba quantas coisas novas serão reveladas ao seu coração, como resposta à sua busca.

Os Ícones.



Os ícones participam na beleza da oração. Eles são como janelas que se abrem às realidades do Reino de Deus e as tornam presentes na nossa oração sobre a terra. Eles são um apelo à nossa própria transfiguração. Apesar de o ícone ser uma imagem, não é uma ilustração pura nem decoração. É sinal da encarnação, é presença que oferece aos olhos a mensagem espiritual que a Palavra dirige aos ouvidos.


O fundamento dos ícones é, segundo São João Damasceno (século VIII), a vinda de Cristo à terra. A salvação está ligada à encarnação do Verbo divino, por consequência, à matéria: «Deus, que não tem corpo nem figura, não podia outrora, de maneira nenhuma, ser representado por qualquer imagem. Mas agora, que Deus permitiu ser visto em carne e viver no meio dos homens, eu posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus. Eu não adoro a matéria, mas sim o criador da matéria, que se tornou matéria por minha causa, que quis habitar a matéria e que, através da matéria, me deu a salvação.»
Pela fé que transmite, pela sua beleza e profundidade, o ícone pode abrir um espaço de paz, reavivar uma espera. Ele convida a acolher o mistério da salvação na nossa humanidade e em toda a criação.